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Top 6 Filmes Que Todo Arquiteto Deve Assistir

A sétima arte sempre inspirou arquitetos, seja pelas imagens, história ou personagens. Por outro lado, a Arquitetura também fornece um rico material para produções cinematográficas. Ficções baseadas em fatos reais, documentários sobre notáveis profissionais, histórias de movimentos e épocas estão disponíveis para alimentar o repertório que envolve o assunto.

Assistir a essas produções é uma verdadeira aula sobre escolas e conceitos seguidos pela Arquitetura ao longo dos anos. Assim, ao iniciar um desses filmes, nos transportamos ao mundo do conhecimento, de forma envolvente, para capturar novas informações, que certamente serão agregadas à profissão.

Centenas de produções ao longo de décadas conseguiram passar para as telas cidades sendo transformadas em suas linhas arquitetônicas, grupo criando novos pensamentos sobre viver e morar na cidade, arquitetos explorando o novo e se tornando vanguarda, entre diversas outras histórias, que criando novos capítulos na nossa formação profissional.

Listamos, a seguir, alguns filmes que todo profissional da arquitetura deve assistir:

1 – Oscar Niemeyer – A Vida é um Sopro

1 - Oscar Niemeyer - A Vida é um Sopro
1 – Oscar Niemeyer – A Vida é um Sopro

O documentário “A Vida é um Sopro” é um dos destaques na lista de filmes sobre o assunto, pois aborda a arquitetura como uma expressão conceitual da transformação da natureza. A inclusão do renomado arquiteto Oscar Niemeyer neste contexto é justificada não apenas por sua vasta contribuição ao campo, com mais de 800 obras, mas também por apresentar o trabalho como uma atividade criativa e prazerosa. O filme, produzido entre 1998 e 2007, proporciona uma visão íntima da vida de Niemeyer, sua paixão pelo trabalho e seus ideais de construir uma sociedade mais justa.

Ao longo dos 90 minutos, Niemeyer compartilha suas experiências e concepções, intercaladas por imagens originais de suas construções, depoimentos de figuras notáveis e cenas de suas obras. Desde seus primeiros trabalhos influenciados por Lucio Costa e Le Corbusier até suas inovações em Brasília, o filme destaca a evolução do pensamento social e arquitetônico de Niemeyer. Sua abordagem ousada e inventiva, em contraste com as fórmulas tradicionais, resultou em arquitetura sinuosa que brinca com as formas e a fantasia, evidenciada em projetos como Pampulha e a construção de Brasília.

O entusiasmo do presidente Juscelino Kubitschek impulsionou a criação de Brasília, inaugurada em 1960 como uma paisagem simbólica e surrealista. Apesar do exílio de Niemeyer durante os anos da ditadura militar, ele produziu obras marcantes no exterior, demonstrando coragem e idealismo. Niemeyer destaca a importância da solidariedade e a transitoriedade da vida, afirmando que as pessoas devem compreender que “a vida é um sopro”, enfatizando a busca por melhorar um mundo injusto como um objetivo fundamental.

2 – Lotte am Bauhaus

2 - Lotte am Bauhaus
2 – Lotte am Bauhaus

O filme “Bauhaus (Lotte am Bauhaus)”, dirigido por Gregor Schnitzler, explora a história da Bauhaus, uma influente escola de design e arquitetura fundada na Alemanha em 1919. O enredo concentra-se na trajetória da designer Alma Siedhoff-Buscher, uma figura fundamental que desafiou as normas de gênero ao ingressar na instituição.

Apesar das resistências e desafios enfrentados por mulheres na Bauhaus, Alma Siedhoff-Buscher e outras, como Anni Albers, Gunta Stolzl, Marianne Brandt, Margarete Heymann, Gertrud Arndt, Benita Koch-Ote, e Lou Scheper-Berkenkamp, desempenharam papéis essenciais na redefinição do papel feminino na arquitetura e no design.

A trama destaca a importância da Bauhaus como um centro de experimentação e inovação, destacando a criatividade, curiosidade e paixão vivenciadas pelos artistas e designers na escola. A narrativa aborda não apenas as realizações, mas também os desafios enfrentados pelas mulheres que participaram da Bauhaus, especialmente em uma época em que a igualdade de gênero era limitada. O filme, apoiado pela atual diretora do Arquivo da Bauhaus, Annemarie Jaegg, proporciona uma visão envolvente do legado da Bauhaus e destaca o papel vital das mulheres na transformação da arquitetura e do design durante um período crucial na história alemã.

3 – Mito Pruitt-Igoe

3 - Mito Pruitt-Igoe
3 – Mito Pruitt-Igoe

O documentário “The Pruitt-Igoe Myth: an Urban History” (Mito Pruitt-Igoe), dirigido por Chad Freidrichs, oferece uma nova perspectiva sobre o conjunto habitacional Pruitt-Igoe, projetado pelo arquiteto Minoru Yamasaki em St. Louis, Missouri, em 1954/55. O filme explora a mitificada demolição do Pruitt-Igoe em 16 de março de 1972, descrita por Charles Jencks como o ‘dia da morte da Arquitetura Moderna‘. A narrativa abrange as transformações nas cidades norte-americanas pós-Segunda Guerra Mundial, focando na análise do impacto da Lei de Habitação de 1949, que deu origem a Pruitt-Igoe e outros conjuntos habitacionais. 

O filme destaca a situação dos moradores de Pruitt-Igoe, que enfrentaram adversidades em uma St. Louis desindustrializada, dividida por interesses entre o centro e os bairros segregados. As histórias emocionantes de adaptação e sobrevivência dos habitantes, impactados por políticas públicas punitivas, interações frustrantes com as autoridades habitacionais e segregação, constituem o núcleo emocional da narrativa. Apesar da extrema pobreza, criminalidade e segregação, os moradores mobilizaram manifestações públicas, incluindo uma greve histórica em 1969, a primeira na história da habitação pública, que atraiu atenção internacional.

O documentário desafia estereótipos e estigmas associados a Pruitt-Igoe, oferecendo uma análise detalhada dos interesses por trás de sua criação e reexaminando a história dos habitantes. A produção busca desmitificar a imagem da implosão do conjunto habitacional e desafia a narrativa que o utiliza como argumento contra a arquitetura modernista e programas de assistência pública. “The Pruitt-Igoe Myth: an Urban History” fornece um relato linear e impactante, revelando as complexidades por trás do projeto e seu legado.

4 – The Human Scale

4 - The Human Scale
4 – The Human Scale

O documentário “The Human Scale”, dirigido por Andreas Dalsgaard, aborda as complexidades das cidades modernas e a influência do arquiteto dinamarquês Jan Gehl, que dedicou 40 anos ao estudo do comportamento humano nas áreas urbanas. Com metade da população mundial vivendo em zonas urbanas e a expectativa de atingir 80% até 2050, o filme explora os desafios e atrações das grandes cidades em meio a questões como o pico do petróleo, mudanças climáticas, solidão e problemas de saúde relacionados ao estilo de vida contemporâneo.

Gehl argumenta que as cidades modernas muitas vezes negligenciam a interação humana, mas propõe uma abordagem centrada nas necessidades humanas de inclusão e intimidade. “The Human Scale” questiona as suposições sobre a modernidade, destacando a importância de colocar as pessoas no centro das equações urbanas. O documentário examina o trabalho de Gehl, começando por seu interesse na “vida entre os edifícios”, explorando como as pessoas utilizam as ruas, interagem e ocupam diferentes espaços públicos.

O filme apresenta a perspectiva única de Gehl, que vai além das estatísticas tradicionais, questionando como as ruas e espaços urbanos funcionam para todos os usuários. Ao longo de sua carreira, Jan Gehl influenciou o planejamento urbano em Copenhague e inspirou mudanças significativas em diversas cidades, promovendo a criação de áreas exclusivas para pedestres, ciclovias e a reorganização de parques e praças. “The Human Scale” oferece uma reflexão sobre o papel fundamental das pessoas na construção de cidades mais inclusivas e humanas.

5 – Urbanized

5 - Urbanized
5 – Urbanized

“Urbanized” é um documentário de 2011 dirigido por Gary Hustwit que oferece uma análise do estado atual e futuro das cidades em todo o mundo. Com duração de 55 minutos, o filme aborda o rápido crescimento demográfico e a concentração populacional nas grandes cidades, contrastando com o quase desaparecimento de outras. A produção destaca a importância da participação de diversos colaboradores, incluindo cidadãos comuns, na transformação urbana, promovendo uma discussão global sobre o planejamento urbano.

Entrevistas com renomados arquitetos e urbanistas, como Norman Foster, Rem Koolhaas, Oscar Niemeyer e Alejandro Aravena, fornecem insights sobre questões e estratégias por trás do desenho urbano.O documentário destaca a importância do desenho das cidades, explorando temas como habitação, mobilidade, espaço público, participação popular, desenvolvimento econômico e políticas ambientais. 

Com mais da metade da população mundial vivendo em áreas urbanas e uma projeção de mais de 75% até 2050, os desafios de equilibrar esses elementos tornam-se preocupações universais. “Urbanized” busca conectar as discussões sobre o futuro das cidades ao domínio público, questionando quem tem permissão para construir as cidades e como isso é feito. 

6 – Grandes Olhos

6 - Grandes Olhos
6 – Grandes Olhos

“Grandes Olhos” é um filme dirigido por Tim Burton que explora a história da pintora Margaret Keane, conhecida por suas obras com crianças de olhos grandes, e seu marido Walter Keane, que tomou crédito indevido por suas criações. O enredo destaca a relação conturbada entre o casal, revelando a manipulação de Walter sobre Margaret, fazendo-a concordar com a falsa autoria de suas pinturas por mais de uma década.

A narrativa aborda a luta de Margaret para reivindicar seu verdadeiro talento artístico, enfrentando as ameaças e mentiras de Walter. A trama se aprofunda nas complexidades do relacionamento, explorando temas como abuso, proteção familiar, baixa autoestima e a posição da mulher na sociedade dos anos 1950. Christoph Waltz interpreta Walter, enquanto Amy Adams oferece uma performance exemplar como Margaret, destacada pelo Globo de Ouro.

Burton, conhecido por seu estilo único e temas fantásticos, aborda uma história mais realista em “Grandes Olhos”, mas ainda incorpora elementos típicos de suas obras, como o protagonista inesperado, inquietações internas, relações familiares, injustiça artística e criatividade decorrente da frustração. O filme conta nessa lista por explorar o tema da propriedade intelectual mas artes sendo completamente usurpada.

Denise Zakaib

CAU: A223702-4 Sou graduada pela universidade de Araraquara - UNIARA, atuo como arquiteta de interiores residenciais e comerciais, como educadora em cursos de Design de interiores, em projetos e consultorias desse seguimento. Acredito na democratização do design como uma ferramenta para o bem estar e a qualidade de vida. Desenvolvo pesquisas independentes com foco na construção das relações entre a casa, a cidade, os habitantes, a cultura e a economia.

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